Dengue, viroses, brotoejas, insolação e pandemia global. As mães terão um verão um pouco mais difícil do que nos últimos anos, acredita a pneumologista pediátrica do grupo Prontobaby, Brunna Santana.

“Infelizmente, o número de casos de Covid-19 voltou a aumentar. Mais do que nunca, devemos manter as medidas já preconizadas pelo Ministério da Saúde. Como praias e parques costumam estar cheios nesta época do ano, é prudente evitá-los neste momento com as crianças”, afirma Brunna.

Algumas doenças são consideradas sazonais. No verão, os dias mais quentes podem ser vilões e representar riscos. Entre os problemas mais relatados pelos pacientes nessa estação, estão a diarréia, o vômito e mal estar geral. Para que isso não aconteça, Brunna Santana destaca a importância de hidratar as crianças, dar banhos em temperaturas ambientes e usar roupas leves.

“O aumento da temperatura no verão leva a uma maior perda de água pelo organismo, inclusive pelo suor. Então, para repor estas perdas, a ingestão de líquidos, principalmente água, deve ser estimulada frequentemente, senão, aumenta o risco de desidratação”, pontua Brunna.

Fique alerta! A seguir, a Dra. Brunna Santana dá dicas de cuidados especiais com as crianças durante o verão. Confira:

Hidratação nos dias quentes

O aumento da temperatura no verão leva à maior perda de água pelo organismo, inclusive pelo suor. Então, para repor as perdas, a ingestão de líquidos, principalmente água, deve ser estimulada frequentemente para evitar que a criança fique desidratada. Devemos ficar de olho em alguns sinais que indicam desidratação, como ausência de lágrimas e olhos fundos, boca seca e saliva ausente ou espessa, fontanela anterior (a famosa “moleira”) deprimida nos bebês, pele mais seca e com menos elasticidade, e muitas horas sem urinar ou apresentar urina mais escura que o normal.

A água é a melhor bebida para repor as perdas comuns no verão, pois repõe os nutrientes perdidos pelo suor, urina e eventuais vômitos ou diarréias na quantidade adequada, sem sobrecarregar o rim e outros órgãos. A oferta deve ser de acordo com a aceitação da criança, sem forçar. Caso ela não aceite água, deve-se preferir sucos naturais, à base de frutas, e água de coco. Evite bebidas ricas em açúcar ou sódio, como sucos industrializados e refrigerantes, que podem contribuir para o aumento de peso.

Prevenção de viroses sazonais

A virose mais comum no verão é a gastroenterite, uma infecção do trato gastrointestinal causada por diversos vírus, sendo o principal o rotavírus. Vômitos, diarreia, dor abdominal e febre são sintomas comuns. Como a transmissão pode ser por mãos e alimentos contaminados, orienta-se a higiene adequada, dando preferência aos alimentos cozidos e evitando ao máximo o consumo de água e comidas de procedência desconhecida. Nas crianças pequenas, deve-se estimular e manter o aleitamento materno. 

Vômitos frequentes, diarreia em grande volume, criança mais irritada ou prostrada e os sinais de desidratação, principalmente se persistentes, indicam necessidade de atendimento médico. Como a infecção pelo SARS-COV2 também pode causar diarreia, vômitos, náuseas, dor abdominal e febre, é difícil diferenciar pelo quadro clínico a gastroenterite comum da Covid-19.

Proteção contra insolação

Insolação é o aumento da temperatura corporal causada pela exposição excessiva ao sol ou calor. Pode causar náuseas, tontura, dor de cabeça, vermelhidão na pele, vômitos, visão turva e desidratação. Para preveni-la, evite ficar por tempo prolongado exposto ao sol e calor, principalmente entre as 10h e 16h, quando a temperatura é mais elevada. Além disso, é importante manter-se hidratado, preferindo água, sucos naturais e água de coco, e utilizar protetor solar e barreiras físicas, como chapéus de abas largas, guarda-sol e roupas com proteção contra os raios ultravioletas. Dessa forma, também se previne contra as queimaduras e lesões de pele causadas pela exposição excessiva ao sol.

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Associação Americana de Pediatria, os filtros solares são indicados a partir dos dois anos de idade e devem ser utilizados todos os dias, independente se estiver calor, inclusive nos dias nublados. E o ideal é aplicá-lo 20 minutos antes da exposição solar e ser reaplicado a cada duas horas.

Prevenção de brotoejas e assaduras

A brotoeja ou miliária é uma dermatite inflamatória causada pela obstrução mecânica das glândulas sudoríparas, o que impede a eliminação de suor pelo corpo. Pode ser causada por suor excessivo, pela permanência em ambientes úmidos e quentes e pelo uso de bronzeadores, óleos ou cremes gordurosos. Geralmente, ocorre no tronco, pescoço, axilas e em áreas de dobras. Quando ocorre nas regiões superficiais da epiderme, costumam ser com pequenas bolhas de água (vesículas) transparentes, sem sinais de inflamação associados. Quando ocorrem em camadas intermediárias, caracterizam-se por “bolinhas” (pápulas) avermelhadas e inflamadas, a forma mais comum de brotoeja. Quando acomete a camada mais profunda da epiderme, ocorrem tanto as vesículas, quanto as pápulas. Para preveni-las, deve-se manter o ambiente fresco e arejado, preferir roupas de algodão e fibra natural, que retém menos calor e suor. Quanto ao tratamento, muitas vezes, a brotoeja desaparece sozinha, com a redução do calor e da umidade. O uso de loção de calamina pode ser indicado, mas sob orientação do pediatra.

A assadura ou dermatite de fralda é comum nos bebês e pode ser causada pela umidade e pelo contato prolongado com fezes e urina, ocorrendo principalmente na genitália, nádegas e raiz da coxa. A pele fica abafada e sensível. Deve-se trocar a fralda com frequência, fazer higiene com água e algodão e evitar o uso de lenços umedecidos, que podem irritar ainda mais a pele. Para tratar, indica-se o uso de pomadas à base de óxido de zinco a cada troca de fraldas. Outras medicações podem ser necessárias dependendo do grau de assadura e devem ser orientadas pelo médico.

Verão na pandemia

Infelizmente, o número de casos de Covid-19 voltou a aumentar. Mais do que nunca, devemos manter as medidas já preconizadas pelo Ministério da Saúde. Como praias e parques costumam estar cheios nesta época do ano, é prudente evitá-los.

Muitos condomínios estão realizando agendamento para seus moradores utilizarem a piscina. Deve-se respeitar o distanciamento social, a higiene frequente das mãos e o uso de máscara no entorno da piscina. Os mesmos cuidados devem ser tomados no play, evitando, ao máximo, o contato físico.

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