É comum ouvir algum conhecido reclamando de queda capilar, principalmente em decorrência de estresse, doença ou até mesmo pelo uso de algum medicamento. O que pouca gente sabe é crianças e adolescentes até 14 anos também podem sofrer desse mal e desenvolver diversos tipos de queda capilar.

Segundo o médico e tricologista Dr. Ademir Carvalho Leite Júnior, “a queda capilar infantil ocorre, principalmente, devido ao estresse, ansiedade e cobranças da vida”. E se engana quem pensa que eles, por não terem preocupações de adulto, não sintam o efeito desses sentimentos na pele. Ou melhor, no couro cabeludo.

Durante as fases de desenvolvimento infantil e do famoso “estirão” da adolescência, os hormônios estão a todo o vapor no organismo. E isso tem influência direta na saúde dos cabelos e no couro cabeludo também.

“Quando hormônios esteróides que atuam na pele passam a interferir no comportamento das raízes capilares, há duas opções: ou eles estimulam o crescimento dos fios ou, em alguns casos, podem causar atrofia dos mesmos, configurando a alopecia androgenética (calvície)”, explica Dr. Ademir.

Além disso, “alguns problemas de saúde, como infecções, por exemplo, torna as crianças vítimas de casos alopecias do tipo areata e eflúvios, respectivamente. Casos de ansiedade também provocam areata, assim como podem fazer surgir a tricotilomania (mania de arrancar os cabelos), manifestação com incidência crescente nas crianças”, conta o profissional.

Quando o problema é a química

Segundo o tricologista, a indústria da beleza também tem influência em alguns casos, quando os pais ou responsáveis querem colocar seus filhos dentro de padrões e, para isso, acabam optando pelo uso de químicas capilares. E, infelizmente, tem sido cada vez maior a incidência de queda de cabelo em crianças em decorrência dessas químicas.

“Para mim, este não é um problema de saúde, mas sim de responsabilidade dos pais e de profissionais que permitem e realizam, respectivamente, procedimentos assim nos pequenos”, pondera.

Como cuidar da queda capilar infantil

Para tratar a queda capilar em crianças e adolescentes, o tricologista explica que é fundamental que os profissionais saibam lidar com esse perfil etário. “É um perfil que tem como peculiaridade uma certa imaturidade biológica, cutânea e capilar”.

Cuidar da saúde de crianças e adolescentes, de maneira geral, já é um assunto mais delicado do que o cuidado com adultos, já que nem sempre eles podem usar alguns tratamentos. O tricologista aponta, ainda, que em casos de alopecia areata e tricotilomania, o ideal é que o tratamento seja realizado em parceria com psicólogo ou terapeuta.

“Minha experiência mostra que crianças podem evoluir bem. E, como em quase todos os casos de tricologia, em especial se tiverem seus quadros abordados precocemente”, finaliza o profissional.

Por isso, a família, principalmente pais ou parentes mais próximos, são fundamentais no processo de tratamento de queda capilar em crianças ou adolescentes, pois ajudam a manter o tratamento em dia e podem contribuir muito para o suporte emocional dos pequenos. Isso é imprescindível em qualquer caso de problema capilar infantil.

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